Um dia enquanto eu e os meus colegas estávamos no laboratório a fazer uma experiência, fui chamado pelo governo para tentar combater os marcianos.
Então tive uma semana para fazer um veneno que os matasse. E parece que resultou, todos os marcianos morreram, quer dizer, quase todos, pois um deles não morreu. Parecia que o veneno não fazia efeito nele. Mas os militares conseguiram capturá-lo e mostraram-no ao governo e a mim. Ao vê-lo apaixonei-me pela criatura por causa do seu olhar meigo e carinhoso. O governo queria matá-lo, mas eu não deixei. Disse que ali adiante eu seria o responsável pelo marciano, e pus-lhe o nome de Tracalhotete, pois ele estava sempre a falar e a cantar.
Os dias foram passando, e eu fui-me afeiçoando ao marciano tratando-o como um animal doméstico. Mas, ao longo desses dias, reparei que me estavam a desaparecer coisas, não eram coisas que me fizessem muita falta, mas eram minhas! E cada vez mais o Tracalhotete estava a crescer mais e a engordar. Aquela criatura que a princípio tinha 2,26cm e era tão fino como uma mina, estava agora com 5,22cm, era tão grosso como um polegar.
Numa manhã, quando eu ia para o trabalho, reparei que me faltava os óculos e fui a casa busca-los. Fui então que vi o Tracalhotete no meu armário a comer as minhas roupas interiores e a crescer mais meio centímetro.
Dei voltas e voltas à casa atrás da criatura.
Peguei num copo e capturei o marciano, mas ele conseguiu-se soltar e fugiu.
Já estava a começar a ficar farto! Mas tentei fazer isso com uma caixa de manteiga, quase vazia, e tapei o marciano, quando ele ia começar também a comer a caixa de manteiga, morreu!
E foi aí que eu percebi que os marcianos não se davam muito bem com a gordura.
Eu fiquei triste por ele ter morrido, mas por um lado até foi bom, porque assim já mais nada me iria desaparecer.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Subscrever:
Mensagens (Atom)